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  • jotaamaral5

Câmeras fotográficas comuns para fotos do céu.

Atualizado: 31 de mai. de 2021

Fotografando com tripé fixo




Mesmo com as limitações impostas pela fotografia com a câmera fixa em um tripé, é possível produzir excelentes astrofotografias por puro prazer ou, como é o caso aqui, para estudar objetos celestes, constelações etc.

Como afirma Pedro Ré (2009/2010),

[...] "fotografar o céu é uma ambição natural de muitas pessoas, entre as quais incluem-se os entusiastas da fotografia e da astronomia, os amantes da natureza e os astrônomos amadores. Por vezes pensa-se que registrar estas imagens exige equipamentos altamente sofisticados e amplos conhecimentos, mas algumas fotografias, estão ao alcance de qualquer pessoa motivada e persistente e nem por isso deixam de ser belas. O equipamento necessário é por vezes, muito simples."

É possível obter astrofotografias com qualidade suficiente para utilização como ferramenta no aprendizado de astronomia, utilizando equipamentos acessíveis a qualquer pessoa.

Bons tripés são sólidos e estáveis, mas também têm um alto custo de aquisição. Neste texto, veremos como utilizar tripés de baixo custo com excelente performance. Eles possuem 1,20 m de altura, que são suficientes para boas fotos.

Podemos utilizar também pequenos tripés de 10 cm de altura, que custam algumas dezenas de reais. Eles podem ser apoiados sobre uma mureta ou mesmo à capota de um carro.

O movimento aparente dos astros na esfera celeste, causado pelo movimento de rotação de nosso planeta, é um obstáculo na obtenção de imagens nítidas, uma vez que quanto maior o tempo de exposição, maior será o “rastro” das estrelas. A distância angular das estrelas ao polo celeste também é um fator que aumenta seu deslocamento aparente.

Mas tempos de exposição de algumas dezenas de segundos não afetarão a imagem de modo significativo, desde que se cumpram algumas regras básicas. Vamos por exemplo, imaginar que estamos com uma câmera do modelo utilizado, configurada com tempo de exposição de 15 s., instalada em um tripé fixo. Vamos desprezar aqui as configurações de abertura e ISO, somente para facilitar a compreensão.

Se a câmera e tripé estão fixos a Terra, então eles estão girando em relação às estrelas distantes no céu em um ângulo de aproximadamente:

15 x (360°/86.400) = 0,0625°, onde um dia representa uma rotação da Terra em torno do seu eixo, ou seja, 360° e 86.400 o número de segundos de um dia. Neste caso, a estrela que seria um ponto na imagem apareceria como um “traço” muito curto, sendo visível somente em um computador com muita ampliação (OURIQUE et al. 2010, p.1302).

O “rastro” ocorre quando utilizamos uma configuração de longa exposição, (geralmente acima de 30 s.) causando um alongamento na imagem do objeto celeste, no sentido oposto ao da rotação da Terra.

A não ser que a intenção do fotógrafo seja a de obter uma foto com star trail (rastro de estrelas), a imagem ficará inutilizável para estudo.

Para evitar esse efeito indesejável, existe uma tabela de tempos de exposição relacionada à altura que o objeto a ser fotografado se encontra no céu e sua posição aparente relativa ao polo celeste do observador. Os valores são aproximados para câmeras utilizadas em nosso teste prático e servem como referência em equipamentos idênticos aos utilizados.

Para elaborar essa tabela, foi necessário a experimentação em campo utilizando como referência alguns modelos de câmeras da linha Sony Cybershot® DSC P73, P093, P150 e W200 e a fim de obter os tempos de exposição aproximados, sem que o rastro se torne visível.

Com nosso equipamento adaptado a um tripé fixo, fizemos algumas astrofotografias utilizando as seguintes configurações: exposição de 30” que é a máxima permitida para este modelo.

O tempo máximo foi escolhido com a finalidade de provocar o maior rastro possível, em relação à região do céu a ser fotografada, abertura de f.2,8, que também é a maior possível e velocidade ISO ajustada para 400.

Foram efetuados sete frames únicos, com a primeira foto apontada para a região próxima ao polo celeste Sul em nossa latitude (23° Sul), com os frames seguintes se distanciando dessa região do céu, elevando a câmera da seguinte forma: 0° (polo celeste), 12°, 17°, 27° e 37°. Utilizando o aplicativo “Clinometer” para Android, disponível para a maioria dos celulares, alinhando o celular com a inclinação da câmera apontada para o céu, teremos os seguintes ângulos em relação ao plano horizontal: 23°, 35°, 40°, 50°, aproximadamente.

Na sequência, apontamos para o quadrante Norte e ajustamos a altura em 97° a partir do polo celeste sul (60° na direção Norte, relativo ao horizonte), finalizando com a câmera apontada 67° a partir do polo celeste sul (90° em relação ao horizonte - zênite).

Nesta atividade experimental, procuramos seguir aproximadamente a linha meridiana Sul-Norte (meridiano do observador).

Transferidas as fotos para um computador, efetuamos um tratamento básico para que as estrelas sobressaíssem na imagem e analisamos as fotos com e sem ampliação, a fim de verificar se o rastro era perceptível ou se as estrelas estavam pontuais na imagem.

Com base nesses dados e análise dessas sete imagens, elaboramos a Tabela abaixo onde podemos ver quais ângulos utilizar a partir do polo celeste, com a câmera configurada com exposição máxima (30”), sem que o rastro inutilize as fotos.























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